Conheça a história do haxixe e entenda seus diferentes usos e formas de extração ao redor do mundo.

O Haxixe é uma massa feita das flores, os buds, de cannabis! Tem diferentes formas de extrair o haxixe. Neste texto vamos explicar cada tipo de haxixe, suas diferenças e como ele é feito.

O hash concentra uma maior quantidade de THC, a substância da planta responsável pelos efeitos psicoativos da cannabis, por isso os seus efeitos costumam ser mais prolongados e intensos do que o baseado de flores.

A forma de consumir também é diferente. Vamos explicar essas formas de consumo e como reduzir danos no uso de haxixe.

Mas antes vamos entender direitinho o que é o bud e o que essa tal de massa chamada Haxixe é.

O que é Haxixe?

Para entender o que é o haxixe, você deve primeiro conhecer a estrutura de uma planta fêmea de maconha e saber que ela é composta por 2 partes:

 A primeira é a estrutura física da planta, composta por seus galhos, folhas e raízes. 

A segunda parte é o que conhecemos como tricomas: Eles são a essência da planta. É neles que ocorre a produção dos canabinóides e terpenos que ditam o sabor, aroma, características terapêuticas e recreacionais de cada variedade de maconha.

O hash consiste no processo de separar os tricomas da parte física da planta. Este processo é feito de diversas maneiras, mas no final das contas o objetivo é sempre o mesmo: Retirar os tricomas da superfície das folhas e flores e coletá-los.

Os tricomas já separados da planta são chamados de Kief. O hash é justamente um prensado dos tricomas da planta – um prensado de Kief.

Diferentes processos para extração do haxixe são usados há séculos em culturas e países distintos. Nas últimas décadas, a rápida popularização da maconha trouxe novos processos de confecção do concentrado que vêm se espalhando pelo mundo.

Saiba mais sobre o que é o haxixe, como usá-lo e quais suas variedades a seguir!

A origem do hash

A palavra haxixe vem do árabe e sua tradução literal seria algo como “erva seca”. Acredita-se que a popularização do hash ocorreu por volta de 900 A.C, embora alguns especialistas afirmem que métodos como o “charas”, ou a coleta dos tricomas diretamente pelas mãos dos fazendeiros, tenha surgido muito antes de sua documentação escrita.

Com o início da exploração da África pelos europeus, o hash começou a fazer suas aparições no mundo ocidental. Por anos, os médicos Europeus importavam haxixe para conduzir pesquisas sobre seus usos, o que levou a diversos processos de extração serem criados e refinados para a criação de remédios nessa época.

No início do século 20, a extração de produtos de cannabis era grande parte da indústria farmacêutica ocidental. Apenas nos meados de 1920, quando os Estados Unidos proibiram a maconha, que o hash foi erradicado das farmácias e empurrado para o mercado clandestino.

Diferentes tipos de haxixe

Existem muitos tipos diferentes de haxixe a serem encontrados quando se viaja pelo mundo. Estas variedades diferem de acordo com a forma como o Kief é extraído e prensado, se a extração é feita com ou sem solventes e os métodos usados resultam em produtos finais muito diferentes uns dos outros. Alguns serão grudentos enquanto outros serão secos e esfarelados. À seguir falaremos um pouco sobre as variedades mais conhecidas atualmente.

Haxixe Afegão

O Haxixe Afegão é um dos tipos mais fumados do mundo. Extraído artesanalmente é um haxixe leve e saboroso. Como o nome já diz, ele é feito no Afeganistão, uma das regiões onde os pesquisadores acreditam que surgiu as primeiras variedades de maconha. 

Por isso, podemos esperar um hash bem tradicional quando se trata dessa variedade.

Charas (Haxixe Indiano)

Feito de forma artesanal e muito intrínseco a diferentes culturas, o Haxixe Indiano é, assim como o afegão, um dos mais antigos do mundo. Ele é muito usado em rituais e normalmente fumando em chillum. O Charas é o queridinho da velha escola.

charas haxixe indiano

Foto: Buzzing Bhudda

Haxixe Paquistanês

O Haxixe Paquistanês, também conhecido como paqui, é feito sem solventes e manualmente, também faz parte dos haxixes da velha guarda e conquista pelo seu sabor forte combinados com efeitos agradáveis. 

haxixe paquistanes

Foto: Atlantis Cannabis Company

Haxixe Marroquino

Todo maconheiro já deve ter ouvido falar do lendário Haxixe Marroquino. É neste pequeno país no norte da África que diversos turistas vão atrás dos haxixes mais cobiçados do planeta. Os haxixes do Marrocos são os mais famosos do mundo, devido a tradição do país na sua produção.

O que poucos sabem, porém, é que o Haxixe Marroquino vem em vários tipos: Slate, Polm, Caramelo e alguns outros, tudo depende da peneira que é usada para filtrar esse tipo de haxixe.

Foto: 420Hash

Haxixe Nepalês Sticky

O Nepal é outro país muito importante para a produção de Haxixe. Assim como o Charas, o nepalês é usado em muitos rituais das montanhas dos Himalaias.

haxixe nepalês

Super Nepalês

Já o Super Nepalês é uma versão mais concentrada do nepalês comum, também chamado de neplaês sticky.  

haxixe super nepalês

Haxixe Temple Ball

O Haxixe Temple Ball não está relacionado com nenhuma região do mundo ou tradição, mas sim com a forma de fazer. Esta forma de extrair hash sem solventes tem resultados muito potentes.

haxixe temple ball

Foto: Herb

Haxixe Ice / Ice-o-lator / Bubble Hash

O Haxixe Ice é moderno e artesanal ao mesmo tempo. Extraído com gelo e filtrado com o uso de bolsas, o Ice revoluciona a forma de fazer haxixes sem solventes e consegue concentrar um número muito alto de THC, tornando-se um dos tipos de hash mais potentes. 

Ao mesmo tempo, o Ice mantém a simplicidade de um hash artesanal e por isso pode ser feito de formas caseiras e mais rústicas.

Foto: Growroom

Haxixe Dry / Dry Sift

O Haxixe Dry é a forma sem solvente mais tradicional para fazer haxixe. Também pode ser feito de forma caseira, sem nenhum equipamento especial, apenas erva e uma peneira. 

Haxixe Dry

Foto: Leafly

Haxixe Paraguaio (Uva)

 O único Haxixe produzido na América Latina é o Paraguaio. Ele tem menos qualidade e concentra uma quantidade menor de THC que os outros tipos de hash que já vimos, porém ele é mais acessível no mercado brasileiro.

haxixe preto

Foto: Wikipedia

Haxixe BHO

O Haxixe BHO é feito através de solventes e exige muito cuidado na produção caseira, pois o uso de produtos químicos para extrair o hash podem oferecer riscos sérios, como explosão. A pós-produção também merece atenção já que o hash deve secar bem para que não fiquem resíduos de solventes, que podem causar efeitos adversos, no hash.

Haxixe de butano

Haxixe Rosin

O rosin é a forma mais moderna de produzir Haxixe. Os Estados Unidos foram os pioneiros nessa forma de extração que revolucionou o mercado de hash. O Rosin é ultra concentrado, mas não possui solventes.  

A forma industrial de extrair esse tipo de haxixe envolve máquinas especializadas e outros equipamentos caros, entretanto também é possível fazer de forma caseira usando uma chapinha.

Rosin extração

Como usar haxixe

São muitas formas de extrair hash! E o produto final também é diferente, na concentracao de canabinóides e também na textura. Isso faz com que as formas de usar cada tipo de haxixe seja diferente.

Há várias maneiras de se consumir estas especiarias canábicas, falaremos sobre algumas mais famosas e recomendadas por usuários de todo o mundo:

Fumar haxixe como um cigarro

Provavelmente a forma mais famosa de consumo de maconha em todo o mundo. Cigarros de maconha devem ser enrolados em um papel específico, a seda e depois acesos e fumados, não há muito mistério.

Quando falamos de como bolar haxixe precisamos ficar atentos às diferenças com as flores de maconha. Por ter uma consistências mais viscosas e às vezes muito úmidas quando comparadas com a erva seca, o hash deve ser misturado com uma pequena quantidade de tabaco ou uma maior quantidade de erva seca para que a carburação ocorra por completo.

Para bolar um haxixe é necessário fazer pequenas bolinhas ou cobrinhas do hash e depois adicionar a cannabis ou o tabaco, mas atenção com a quantidade. O tabaco tem substâncias mais danosas à nossa saúde do que a cannabis, e fumar sem filtro pode causar muitos danos. 

Algumas estratégias de redução de danos para fumar haxixe são usar piteiras longas e filtro, além de uma dose pequena de um tabaco orgânico e com a menor quantidade de nicotina possível.

Fumar em um bong ou pipe

O bong ou pipe são uma ótima escolha para fumar quase todos os tipos de haxixe. Alguns possuem um compartimento com água que a fumaça passa por ele antes de ser inalada, diminuindo a temperatura da fumaça e consequentemente reduzindo os danos dos usuários.

Para haxixes mais úmidos ou muito  recomenda-se misturar um pouco de tabaco ou erva para que ocorra a combustão completa do concentrado.

Vaporizadores

Os vaporizadores se popularizaram muito nos últimos anos, e também podem ser usados para consumir o seu haxixe.

Você provavelmente nunca ouviu falar disso, mas “fibra de cânhamo sem goma” é a chave que abre a porta para conseguir vaporizar seu haxixe tranquilamente. Quando você vaporiza o hash, ele vai derreter. Você não quer que este haxixe derretido entre nas entranhas do seu  vaporizador.

Alguns modelos vêm com um compartimento ou ferramenta para colocar concentrados líquidos, e se você estiver tentado colocar seu haxixe ali, pare! Apesar de conseguir fumar desta maneira, colocar o hash ali irá estragar a ferramenta ou compartimento que terá que ser trocado por um novo logo em seguida.

Dependendo do seu modelo de vaporizador, você precisará descobrir qual a melhor maneira de usar a fibra de cânhamo nele, mas por favor, use-a! Ela não entra em combustão e não afetará o sabor de qualquer maneira. Tenha em mente que seu haxixe não vai evaporar como um concentrado de qualidade faz. Resíduos ficarão para trás, por isso, certifique-se de que o seu vaporizador esteja protegido com a fibra de cânhamo.

Dabbing

Dabbing é a forma mais moderna de consumir hash.

Esse método é usado para consumir extratos que quase sempre têm uma altíssima concentração de canabinóides, por isso exige cuidado com a dose, pois os efeitos podem ser bem potencializados.

dab de haxixe
Dab de um extrato

O processo de dar um dab é colocar a substância, BHO ou o rosin, em contato com uma superfície aquecida (geralmente vidro, titânio, cerâmica ou quartzo) e depois inalar o vapor produzido por meio de um bong.

Com ajuda de um maçarico, o usuário esquenta a superfície escolhida e coloca seu concentrado ali. Idealmente a temperatura da superfície deve variar de 250 a 400 graus celsius, temperaturas mais altas causarão uma vaporização mais completa enquanto temperaturas mais baixas preservarão mais o sabor e os terpenos presentes no extrato.

A ferramenta usada como superfície se chama “dab rig” ou às vezes “oil rig” e pode ser adquirida em diversas tabacarias ou até mesmo online. Lembrando que seu bong deve possuir o encaixe para o dab rig, ou terá de adquirir um outro bong próprio para o dabbing.

O dabbing funcionará melhor para haxixes com uma consistência mais macia. Haxixes muito prensados e esfarelados podem não carburar bem em um dab rig.

Conclusão

Agora você já sabe um pouco mais sobre os diversos tipos de haxixe existentes no mundo atual.

Vale ressaltar que apesar de alguns tipos de haxixe serem inerentemente mais potentes que outros devido ao seu processo de produção mais refinado, a planta usada na produção e as formas de cultivo dessa planta, vão interferir no produto final.

Plantas com mais resina e carregadas de tricomas são as que dão origem aos melhores haxixes, quando o processo de produção é feito com maestria. 

As ervas do tipo Cannabis Indica geralmente são plantas mais densas e carregadas de resina, por isto vemos uma grande predominância de excelentes haxixes sendo produzidos na região da Ásia e Oriente Médio, regiões de onde as Indicas são nativas.

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