Caro amigo cultivador, você sabia que “o quando” trocar o fotoperíodo do seu cultivo para floração é um fator importante para o sucesso de sua colheita?

Isso porque trocar o fotoperíodo para floração muito cedo pode resultar em um rendimento total menor do que o esperado ao final do ciclo, enquanto que, fazer a troca tarde demais pode ser igualmente prejudicial, podendo ocorrer o crescimento excessivo ou até o surgimento de flores queimadas.

Então, anota aí… Cada cultivo é único!

Isso mesmo, cada cultivo é único. E com isso, você ter cuidado e atenção ao replicar os métodos e/ou técnicas que veem por aí. Eles podem acabar te levando a resultados bem diferentes do que você deseja.

O ideal é pesquisar e absorver o máximo de conhecimento possível sobre determinada técnica antes de aplicá-la em seu cultivo. Dessa forma, você consegue mitigar os riscos da aplicação, aumentando suas chances de sucesso. E para isso, você está no lugar certo.

Então, antes de fazer a troca do fotoperíodo para floração no seu cultivo, considere os seguintes fatores: a idade que a planta têm, a altura máxima que as plantas podem obter dentro do seu espaço de cultivo, as genéticas que estão sendo cultivadas, a origem das plantas (semente ou clone), e o método de cultivo utilizado.

1 – A idade da planta importa ao mudar o fotoperíodo para floração

Vai ter quem diga que sim, vai ter quem diga que não, vai ter quem diga que… mais ou menos.

Porém, depende. Veja bem.

Alguns cultivadores defendem a ideia de que as plantas cultivadas a partir da semente devem ter pelo menos 60 dias de crescimento no estado vegetativo antes de passarem pela alteração do fotoperíodo visando entrar no estágio de floração.

Mas, seria essa uma estratégia válida?

Sim, sem dúvidas. Não tem como contestar essa referência, e nem estamos abordando o assunto aqui com esse objetivo.

No entanto, isso está longe de ser uma verdade absoluta. E esse é o ponto.

É fato que as mudas ainda jovens não podem começar a florir antes de atingirem pelo menos três semanas de vida, e isso faz parte do seu desenvolvimento fisiológico, mas se estas mudas crescem a partir de clones, então a conversa muda de figura e a idade já não é um mais problema.

Isso se dá porque os clones possuem a mesma idade de sua mãe, ou seja, da planta dos quais estes ramos foram extraídos. Sabendo disso, podemos considerar então, que assim que o clone estabelecer um sistema de raízes sólido já é possível realizar a troca do fotoperíodo para floração, permitindo assim que a mágica aconteça.

Em condições ideais, as plantas são mantidas em seu estágio vegetativo por aproximadamente 60 dias. Este período dá à planta a oportunidade de crescer e ser treinada, visando criar estrutura suficiente para maximizar a produção e se adaptar às condições de cultivo.

É importante ressaltar que este período de tempo é apenas uma recomendação ou uma referência, e não deve ser encarado como regra. Aliado a isso, tenha a observação das suas plantas como aliada, pois ela irá te mostrar o momento certo de agir.

Mas, se o rendimento máximo não for uma prioridade nesse momento, ou se as condições de cultivo não permitirem que você realize uma vega maior, tudo bem. As plantas podem florescer antes dos 60 dias.

2 – Altura máxima das plantas

Quando falamos sobre altura das plantas, o ponto mais importante a ser observado nesse aspecto é o espaço que você tem disponível para elas em seu setup de cultivo. Ou seja, você possui alguma limitação de altura, ou elas poderão crescer livremente?

Em outras palavras, qual a altura do seu grow?

Até onde suas plantas podem crescer considerando o limite de altura do seu grow?
Essas respostas vão depender muito do tipo de iluminação que você está utilizando, mas em geral o ideal é que você nunca deixe suas plantas chegarem a menos de 30 cm das luzes acima delas.
Esta é uma estimativa aproximada, que pode variar em função da iluminação utilizada. Mas o fato é que seguir essa recomendação pode ser crucial para manter a saúde das suas plantas.

Por outro lado, você corre o risco de queimar as suas flores se permitir que elas cheguem perto demais da luz.

Certifique-se de considerar a iluminação que está sendo usada no seu setup de cultivo para ajustar esse parâmetro. Algumas brilham mais que outras, e isso certamente afetará a distância mínima que deve ser mantida entre as plantas e as lâmpadas.

Mas, além da altura, o tempo que você deixa suas plantas crescerem em estado vegetativo até alterar o fotoperíodo para floração, também está relacionado ao tipo de cepa que você está cultivando.

Mas peraí, como assim?

3 – Indica ou Sativa

As diferenças genéticas entre as cepas indica e sativa devem ser consideradas ao fazer a mudança do fotoperíodo no setup de iluminação, preparando-o para a etapa de floração que se aproxima. Isso ocorre porque as índicas x sativas se comportam de maneira diferente durante a floração.

As cepas de cannabis indica são conhecidas por produzir plantas mais curtas, grossas e com aspecto que se assemelha a um arbusto quando se fala do seu formato de crescimento, em comparação com as de cannabis sativa. Normalmente, elas vão ganhar em torno de 25 a 40% de sua altura total na fase de floração.

Em comparação, as sativas são conhecidas por sua altura e por sua capacidade de crescer ainda mais alto durante a floração. Elas são capazes de dobrar sua altura do primeiro dia da floração até a colheita.

Mas veja bem, essas características mencionadas se aplicam a variedades puras de sativa e indica, o que atualmente é bem difícil de se encontrar. Ou seja, a maioria das cepas que temos acesso e estão disponíveis no mercado são híbridas, e irão demonstrar as características que representam ambos os tipos, uma vez que não são 100% indicas ou sativas.

Ao lidar com híbridos, é importante conhecer a composição genética da planta para ter uma ideia melhor do que esperar sobre o crescimento ao longo do ciclo.

4 – Clones ou sementes?

O método de plantio escolhido para o cultivo também afetará de forma significativa o momento de realizar a troca do fotoperíodo para floração. Isso porque a diferença existente entre cultivar a partir de sementes ou clones afetará a taxa de crescimento do sistema radicular da planta.

Como vimos anteriormente, os clones carregam consigo a idade da planta que o concebeu, facilitando assim o desenvolvimento do seu sistema radicular. Dito isso, fica o alerta: se a planta não estabelecer um sistema de raízes sólido até a troca de fotoperíodo, pode haver problemas e complicações durante a fase de floração.

Os clones podem crescer rapidamente, forçando jardineiros e jardineiras a virar a chave para a etapa de floração apenas com base no tamanho da planta. No entanto, é preciso dar aos seus clones o tempo necessário para se estabelecerem antes da floração.

Quando o cultivo tem seu início a partir da semente, temos como referência um período de em média 60 dias para conduzir a fase de crescimento vegetativo, sendo seguro fazer a troca do fotoperíodo para floração após esse prazo.

Mas lembre-se, isso é apenas uma referência. Observar as plantas e acompanhar de perto o seu desenvolvimento vai permitir que você seja mais assertivo ao virar a chave do fotoperíodo no seu cultivo.

5 – Técnicas de cultivo

Existem diferentes métodos e técnicas que podem ser aplicados ao seu cultivo, e aqui listamos os principais, também conhecidos como o Lollypop, o Super-cropping, o SOG (Sea of Green), e o ScrOG (Screen of Green).

Dependendo do método escolhido, o tempo de crescimento vegetativo será diferente, e isso por consequência irá afetar o momento certo de alterar o fotoperíodo para floração. Fique atento a essas questões, e tenha uma virada de chave tranquila.

Lollypopping

O Lollypop é uma técnica que envolve a remoção dos galhos inferiores da planta, que recebem pouca ou até mesmo nenhuma luz.

Como as plantas precisam necessariamente de luz para crescer e se desenvolver, essas regiões produzirão buds menores (as famosas pipocas) e irão drenar a energia da planta, que poderia ser melhor gasta em outro lugar.

Ao remover as folhas inferiores e os locais de surgimento dos botões, a planta pode concentrar sua energia nas partes superiores, que crescem com buds mais densos e grossos.

Supercropping

O Supercropping é considerado um HST, (sigla essa que representa: High Stress Training ou Treino de Alto Stress). Como o próprio nome diz, ele causa um estresse elevado na planta sempre que aplicado, o que faz com que as plantas necessitem de um maior tempo de recuperação do treinamento. Como consequência, as plantas cultivadas com essa técnica precisam permanecer no estágio vegetativo por mais tempo.

Este método foi desenvolvido em busca de produzir rendimentos bastante elevados a partir de um menor número de plantas. De forma geral, o supercropping envolve dobrar os ramos e galhos superiores que crescem a mais do que os demais para baixo, de modo a permitir que mais luz alcance as partes inferiores da planta.

Uma vez aplicada, essa técnica irá manter a altura da planta sob controle durante o crescimento, ou seja, os galhos permanecerão todos num mesmo patamar, fazendo com que a luz seja distribuída de maneira uniforme por toda a copa da planta.

SOG (Sea of Green)

O SOG ou Sea of Green, é um método de cultivo que se baseia em cultivar um maior número de plantas e em vasos pequenos, formando uma espécie de mar verde no seu espaço de cultivo. É daí que vem a origem do nome, pegou a referência?

Dessa forma é possível alterar o fotoperíodo para floração de maneira precoce, fazendo com que as plantas produzam apenas um grande bud.

Este método é geralmente utilizado com cepas de cannabis indica, devido às suas características de crescimento vegetativo e de floração.

Ao usar este método, os jardineiros normalmente alteram o fotoperíodo para floração quando as plantas atingem altura entre 15-30 cm.

ScrOG (Screen of Green)

Este método utiliza uma tela de malha que é colocada horizontalmente acima das plantas.
A tela é normalmente colocada 30–60 cm acima da base das plantas. Isso permite que eles cresçam através dele.

Ao usar este método, as plantas devem permanecer em estado vegetativo por mais algumas semanas do que com o método SOG.

E aí cultivador, você já tinha ouvido falar a respeito ou já considera esses aspectos para determinar a virada de chave do fotoperíodo no seu cultivo?

Sim? Não? Não tem problema.

Agora você está preparado com o conhecimento necessário para saber quando trocar o fotoperíodo para floração no seu cultivo.

Tem dúvidas ou sugestões? Quer participar desse diálogo? Conta pra gente como foi a sua experiência, você pode fazer isso deixando o seu comentário. Estamos ansiosos para saber!

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