Vamos falar como tornar essa viagem canábica dos sonhos possível e também entender mais sobre a história da cannabis nos Estados Unidos, a política de droga nos Estados que legalizaram a cannabis e como o país virou um paraíso para o turismo canábico. 

Registros arqueológicos, históricos e linguísticos mostram que o uso industrial, medicinal e ritualístico da cannabis, atravessaram milênios e culturas até os dias atuais.

O movimento proibicionista surge no século XX liderado pelos Estados Unidos. Atualmente 39 dos 50 Estados independentes que formam o país Norte Americano legalizaram a cannabis para fins medicinais ou recreativos. Curioso né!?

Inclusive, a forma de legalização que os Estados Unidos adotam é muito mais permissiva para os turistas do que em outros países como Uruguai. Em outras palavras, um dos países responsáveis pela proibição de maconha no mundo todo, hoje em dia é um dos mais abertos para fazer uma viagem cannábica, ou seja, uma viagem focada na cultura da ganja.

As paisagens lindas, ilhas paradisíacas, vulcões e cidades grandes com muita opção de lazer e entretenimento são outros fatores atrativos para tornar sua viagem canábica nos Estados Unidos uma experiência inesquecível. Imagina um baseado para finalizar um dia de praia e surf no Hawaii? Ou conhecer o Central Park com seu beck de companhia?

Estados Unidos e o proibicionismo da cannabis

A maconha é uma das plantas usadas a mais tempo pela humanidade. Há registros que o uso de cânhamo para fazer cordas e redes foi fundamental para o desenvolvimento da pesca na China ainda no período neolítico, há 4.000 anos a.C.

O primeiro uso medicinal da cannabis foi relatado na medicina ancestral chinesa para dor de ouvido e cabeça, dores menstruais, no corpo e epilepsia, enquanto o  uso religioso foi descrito nos Vedas, livro sagrado da religião Hindu.

Diversos rituais relacionados ao deus Shiva relatam o uso do Bhang, um chá feito com folhas de cannabis e o uso do Haxixe Charas através do Chillum, uma espécie de “pipe” feito de cerâmica.

Já o uso recreativo da cannabis se expandiu na Índia, mas não se pode dizer ao certo onde começou. Há registros do uso de maconha como medicina e psicoativo na Ásia Central, Oriente Médio, Norte da África e África do Sul. Também é conhecido que havia um uso ritualístico no Oeste Africano, onde a cannabis é conhecida como “Diamba”.

Há uma teoria de que a diamba chegou ao Brasil via pessoas escravizadas que levaram consigo sementes da África para o Brasil. Entretanto o clima da América do Sul e landraces, ou seja, espécies nativas da Colômbia, indicam que já havia um uso de cannabis anterior à colonização.

A partir do século XX o rumo da cannabis mudou

Até o início do século XX não haviam proibições a nível internacional sobre a maconha. O primeiro acordo proibicionista foi em 1912, na Convenção Internacional do Ópio. Alguns países, liderados pelo Estados Unidos, reivindicaram uma menção proibicionista a maconha nesse mesmo acordo, alegando que a cannabis seria uma substância perigosa e aditiva.

Em 1936, uma propaganda da Associação Internacional de Educação sobre Entorpecentes, se torna viral por adverter sobre os riscos da maconha causar uma rápida degeneração física e mental, um aumento do desejo sexual e das inclinações à violência e ao assassinato sem motivo.

No ano seguinte, 1937, o presidente americano Franklin Roosevelt criou a primeira lei federal contra a cannabis. O Marijuana Tax Act, é a lei que proíbe o cultivo e comercialização dos derivados da cannabis em todo território americano.

1961 é um ano marcante para a política de drogas nos Estados Unidos e no mundo. A Convenção Única sobre Entorpecentes, que aconteceu em Nova York, onde foi estabelecido um tratado pelas Nações Unidas classificando a maconha no anexo IV, lista de substâncias perigosas e sem valores terapêuticos.

Da guerra às drogas à legalização da cannabis

O termo “Guerra às drogas” surge em 1971, quando o presidente Nixon determina que as drogas são o inimigo principal dos Estados Unidos e inicia uma campanha para combater internacionalmente o narcotráfico com o nome de “guerra às drogas”.

Tal guerra não erradicou a produção, venda e consumo de drogas, além de trazer consequências como aumento do tráfico de armas e encarceramento em massa, só nos Estados Unidos a população carcerária cresceu 140% entre 1961 e 1971. Outra grave consequência dessa política de drogas é o crescimento de mortes em populações periféricas, que vivem à margem dessa guerra. 

Apesar do proibicionismo ter ganhado força mundialmente durante as décadas seguintes, pesquisadores, cientistas, historiadores, redutores de danos, jornalistas e ativistas canábicos não deixaram de lutar para uma mudança na política de drogas para cannabis e, principalmente, para que o uso para fins medicinal e científicos tivessem uma regulamentação diferente. 

Em 1996, uma grande reviravolta! Califórnia se torna o primeiro Estado americano a legalizar a maconha para fins medicinais. O movimento para a legalização da maconha ganha força e nos anos seguintes outros estados como Alaska, Oregon e Washington seguiram o mesmo caminho.  

O inicio da legalização nos Estados Unidos

Em relação a maconha recreativa, o primeiro Estado a legalizar foi o Colorado, em 2012. A legalização para maconha recreativa foi pautada na liberdade dos cidadãos em poder escolher usar em segurança a cannabis, mas também por entender que o consumo de maconha continuava existindo mesmo com o proibicionismo e o Estado poderia ganhar impostos com uma regulamentação.

O Colorado criou um mercado canábico de 6,5 bilhões de dólares e faturou 1 bilhão para os cofres públicos no primeiro ano de legalização. A campanha pró-legalização no Colorado defendeu que o uso de maconha não deveria mais ser levado como um problema de segurança pública, mas sim de saúde. A estratégia é reverter os impostos arrecadados com a cannabis para saúde, educação e as próprias políticas de drogas, para tratar os pacientes em situação de abuso de substâncias e prevenir o uso de drogas.

Outra pauta importante, que ativistas continuam lutando para que se torne lei federal, é a liberdade carcerária de presos por crimes relacionados à cannabis. Essa ainda não é uma realidade, mas existem vários progressos na legislação federal americana.

Em 2019 a OMS, Organização Mundial de Saúde, braço da saúde da ONU reavalia o relatório da Convenção Única de Drogas que comentamos no início do texto, retira a maconha do anexo IV. A ONU também reconheceu o potencial terapêutico da cannabis.

2022 e o marco histórico para a cannabis

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden concedeu perdão aos condenados federais por delitos simples relacionados à cannabis. O presidente também reconheceu as consequências da guerra às drogas como o encarceramento de massa.

O perdão do presidente se aplica apenas a condenados federais e não muda nenhuma lei federal. Então de fato não houve grande impacto jurídico, já que a maioria dos presos estão condenados a nível estadual. Por outro lado, simbolicamente, assim como o discurso de Nixon de 1961 marcou o início de uma “guerra”, o discurso de Biden simboliza a mudança no percurso, uma possível sinalização para “retirada de tropas” dessa guerra invisível, com vítimas reais. 

Atualmente 39 estados legalizaram de alguma forma o uso da maconha para fins medicinais. Inclusive estados mais conservadores como Flórida, Geórgia e Texas. Já o uso recreativo é presente em 22 estados, entre eles, Colorado, Washington, Alaska, Oregon, Califórnia, Maine, Nevada e Nova York.

Como preparar uma viagem canábica para os Estados Unidos?

Conhecer os Estados Unidos pode ser o sonho de muita gente, já que a cultura brasileira recebe muita influência dos norte americanos e somos bombardeados desde pequenos com filmes, músicas e modelos de consumo norte americanos.

Fora desse eixo da cultura em massa, há de fato coisas incríveis para se fazer na terra do tio Sam. Com um território imenso e uma variedade de paisagens que passam por montanhas cobertas de neve, imensos desertos, árvores centenárias gigantes e praias de mar azul, os Estados Unidos oferecem destinos incríveis com atrações para, literalmente, todos  os gostos.

Para viajar pelo país é necessário ter o visto americano, passagem de ida e volta e um comprovante de dinheiro para toda sua estadia. O processo é caro e demorado, mas não é impossível.

Antes de pedir o visto é bom ter um planejamento da viagem consistente para apresentar na entrevista. Não recomendo comprar passagens e hospedagens antes do visto aprovado, mas um roteiro para responder com clareza a viagem que pretende fazer e, claro, o cálculo de gastos! Mostre que você sabe quanto custará a viagem e comprove que tem esse dinheiro.

Roteiro canábico pelos Estados Unidos

Escolher entre os 22 estados que legalizaram a maconha recreativa para uma viagem pode ser uma tarefa difícil. Vamos falar algumas opções de rotas para ajudar você a planejar a sua viagem para os Estados Unidos.

Como planejar uma viagem cannábica para a Califórnia

Claro que a Califórnia não poderia ficar de fora dessa lista. Representada nas músicas e filmes sempre como um Estado liberal, queridinha dos hippies e influenciada pelo rock e rap, a Califórnia é conhecida mundialmente pelas suas flores de alta qualidade e suas extrações modernas como o Rosin

Los Angeles, San Francisco, Carmel e Needles são algumas cidades famosas pela cultura e indústria da cannabis. Nessas cidades é fácil achar algum dispensário repleto de opções extraordinárias para fumar ou vaporizar.

Cannabis e o vinho na Califórnia

Para quem curte misturar cannabis e vinho, a Califórnia também oferece opções. Napa Valley é uma região onde um dos melhores vinhos do mundo é produzido e ali é possível combinar um tour de degustação de vinho junto com uma degustação de cannabis.

A Emerald Cup também acontece nessa região e pode ser uma parada importante no seu roteiro pela Califórnia. O evento cannabico é um dos principais do mundo para a indústria da cannabis, principalmente quando falamos em cultivo. Além de premiar fazendeiros e hash makers, a Emerald Cup promove um cultivo sustentável e apresenta novas tecnologias para o mercado canábico.

Pelas montanhas no norte do Estado, principalmente em Humboldt, se encontra uma das maiores áreas de plantações de cannabis do país. Apesar de parecer atraente, não é muito recomendado para turismo por conta própria. Algumas agências que promovem turismo canábico oferecem esse passeio com segurança.

Como comprar maconha na Califórnia?

Qualquer adulto com mais de 21 anos pode comprar maconha legalmente na Califórnia. Turistas ou residentes podem visitar os “Dispensários”, que são lojas de maconha, com variedades de flores e extrações, e comprar até 28,5g de cannabis e 8g de concentrado.

Diversas outras lojas vendem sementes, equipamento de cultivo ou parafernália para fumar, cremes, óleos, chás e qualquer outro produto à base de cannabis ou CBD que você imaginar. A indústria canábica na Califórnia é mesmo gigante.

Em relação ao cultivo é permitido até 6 pés de cannabis dentro da sua propriedade.

O que não pode na Califórnia?

Nem todos os lugares são permitidos fumar. As regras para cigarro se aplicam à maconha, então viu uma placa de proibido fumar? Não acenda o baseado. 

É totalmente proibido consumir, fumar, comer ou fumar cannabis a 600m de escolas, maternidades, centro de jovens ou qualquer outro lugar que tenham crianças presentes.

É proibido usar ou abrir um pacote de cannabis em público, sendo a pena uma multa de 100 dólares, mas há alguns parques, praças e bairros que é tranquilo fumar. O conselho para todo viajante cannábico é de se misturar e se informar com os locais. 

Em relação a viagens de carro, é preciso prestar mais atenção. Não pode dirigir sob o efeito de cannabis e caso leve maconha consigo, ela deve estar em um pote fechado e lacrado dentro do porta malas. A multa para andar com um baseado ou um pote de maconha dentro do carro também é 100 dólares, mas dependendo do caso pode gerar um processo judicial. 

Não é permitido cruzar uma fronteira entre estados com cannabis, mas tenho certeza que não vai ser uma tarefa difícil fumar tudo antes de trocar de Estado, não é mesmo?

Rota 420 : Costa Oeste dos Estados Unidos para sua viagem canábica

A Califórnia não é único Estado da Costa Oeste que é possível adquirir maconha e outros derivados em dispensários e lojas convencionais. Os vizinhos Nevada, Colorado, Oregon e Washington também têm muitas atrações turísticas e cannábicas. Do lado Oeste apenas Utah não legaliza maconha para uso recreativo, mas autoriza o uso medicinal.

O que fazer em uma viagem canábica no Oregon

O Oregon legalizou a maconha recreativa em 2014. No Estado que combina montanhas, florestas com a costa pacífica não vão faltar oportunidades e paisagens bonitas para desfrutar na companhia de um baseado.

A capital Portland conta com 132 dispensários e aproximadamente 32 “headshops“, ou seja, lojas com acessórios para cultivo e uso de maconha. A cidade é repleta de shows musicais e muita opções de gastronomia para matar a larica. Em Portland você também pode andar em uma espécie de teleférico com vista  para toda cidade. 

Imagina como deve ser esse rolê de ficar chapado nas nuvens? Seaside é uma cidade agitada à beira-mar na divisa com Washington. Durante o verão, rolam festas de rua por toda a cidade. Combinar a diversão depois de alguns tragos é uma ótima opção para o seu roteiro canábico no Oregon.

Bend é uma cidade para os maconheiros que curtem mais natureza, trilhas e montanhas. Durante o verão existem diversos shows ao ar livre, o Les Schwab é um anfiteatro famoso para curtir essas noites de música. Para quem prefere mais a brisa de relaxar na natureza, caminhar ao longo do rio Deschutes é uma ótima opção.

Lake Oswego e Jacksonville são cidades para deixar de fora do seu roteiro canábico. As duas cidades fazem parte das 87 cidades que proibiram a cannabis dentro do Oregon.

Como comprar maconha no Oregon?

A legalização no Oregon funciona da mesma forma que na Califórnia, com o modelo dos dispensários abertos para adultos de mais de 21 anos e o mesmo modelo de regulamentação, com restrição de uso em lugares públicos, perto de crianças. Dirigir sob o efeito de cannabis e levar potes abertos dentro do carro continua proibido.

A quantidade de maconha permitida para o uso recreacional é um pouco diferente da Califórnia. O usuário pode portar até 28,5 g de maconha e a mesma quantidade de extratos e concentrados de maconha. Em relação ao cultivo recreacional, cada usuário pode ter até 4 plantas dentro de casa.

Roteiro canábico em Washington

Seattle, a capital de Washington não pode ficar de fora do seu roteiro canábico pelos Estados Unidos. A cidade é famosa por sua arquitetura exuberante e diferentes demonstrações de arte e cultura.

Cidade de algumas lendas dos rocks, fumar um baseado antes de explorar o Museu de Cultura Popular ou curtir um bar de rock pode ser uma boa forma de curtir Seattle.

Tacoma é uma cidade ao sul do Estado muito convidativa para os amantes da maconha. Com diferentes parques, trilhas e vistas impressionantes, a cidade conta com um leque de dispensários abastecidos com flores, comestíveis e extrações.

Se o seu tipo de viagem é mais explorador, Bellingham é uma ótima opção para os maconheiros que curtem uma natureza mais selvagem. Perto de diversas montanhas nevadas, como o Mt. Baker, a cidade é base para diversas trilhas, paisagens de tirar o fôlego e diversos esportes de inverno como ski e snowboard.

Qual é a quantidade de maconha permitida em Washington?

O Estado de Washington legaliza a maconha recreativa desde 2012 no mesmo modelo dos dispensários dos Estados citados acima. Ao lado de Colorado, é o primeiro Estado americano a legalizar a cannabis recreativa.

O porte de maconha permitido para consumo recreativo em Washington é 28,5g e 7g de extratos ou concentrados.

Lugares para curtir chapado em Nevada na sua viagem canábica

O Estado famoso pelos cassinos e diversão infinita, Nevada, legalizou a cannabis recreativa em 2016. Os maconheiros baladeiros, que adoram festas, bares e querem apostar um pouco de sorte jogando nos cassinos, devem colocar Nevada no seu roteiro pelo Oeste dos Estados Unidos.

Lake Tahoe é um lago na fronteira da Califórnia com Nevada e encanta os viajantes com suas belezas naturais e opção de lazer noturno. Durante o inverno os esportes de neve ganham força nas montanhas, já no verão os viajantes curtem o lago de todas as maneiras.

O Grand Canyon é impressionante e uma ótima opção para curtir chapado em Nevada. O Estado também conta com desertos e oásis perdidos, a natureza também é um atrativo.

Já Las Vegas é a principal cidade de Nevada e não faltam atrações dia e noite para curtir chapado. Em Las Vegas você pode andar em uma roda-gigante, visitar a fonte do Bellagio Hotel, se perder no shopping Miracle Mile ou assistir uma atração do Cirque du Soleil.

Qual a quantidade de maconha que posso ter em Nevada?

Nevada segue o mesmo modelo dos dispensários e proíbe as mesmas coisas em relação ao uso público de cannabis e regulamentação de trânsito que os estados anteriores.

Os usuários de maconha recreativa podem comprar e portar até 30 gramas de flores e 3,5 gramas de concentrado. Não é permitido fumar na Las Vegas Strip e nem dentro dos cassinos.

Viagem canábica no Colorado

Colorado foi o primeiro Estado norte americano a legalizar a cannabis recreativa. O Estado, assim como Washington, legaliza a erva desde 2012. O Estado é um paraíso para os fissurados em cannabis, com milhares de cepas disponíveis, além de comestíveis e concentrados de alta qualidade.

Denver é a cidade número um para os maconheiros que viajam aos Estados Unidos. Cerca de 300 dispensários estão disponíveis para o usuário comprar maconha recreativa de alta qualidade

A capital do Colorado também contém um leque de hospedagens 420, ou seja, hospedagens que aceitam maconheiros e permitem fumar em algum espaço da hospedagem.

A comida de Denver também chama atenção pela sua qualidade e por atividades que misturam gastronomia com cannabis. Desde receitas com maconha até aprender a enrolar um baseado e um sushi, diferentes passeios oferecem opção para o turismo canábico no Colorado.

Colorado Springs é outra cidade que pode entrar no seu roteiro no Colorado. Conhecida pelo majestoso Pike´s Peak, uma montanha com vista panorâmica para as Rockys Mountains, a cidade oferece diversas trilhas na natureza e lagos para se refrescar durante a caminhada.

Além dos dispensários, Colorado Springs oferece a opção dos turistas se associarem a clubes de cannabis, onde além de comprar, você pode fumar e desfrutar com outros maconheiros.

Por último, Breckenridge é uma das cidades de inverno mais conhecidas do Colorado e oferece diferentes esportes de aventura como Snowboard, ski, pesca na neve entre outros.

Qual a quantidade de maconha recreativa permitida no Colorado?

No Colorado, os adultos acima de 21 anos podem portar até 28,5g de cannabis, 8g de concentrado e, em caso de produtos comestíveis com maconha, a quantidade permitida é até 800 mg de THC.

Viagem cannábica pela Costa Leste dos Estados Unidos

Na outra ponta dos Estados Unidos também estão localizados lugares maravilhosos para curtir umas férias cannábicas. A maior metrópole do mundo em extensão, Nova York,  legalizou a maconha recreativa em 2021 e agora, além de todas possibilidades de arte, música, cultura e lazer, também abraça o turismo canábico.

Viagem canábica em Nova York

O impacto de uma das cidades do mundo que mais recebe turistas legalizar a cannabis recreativa é imenso. Não apenas por movimentar esse turismo para lá, mas como trazer a realidade da maconha para quem ainda é muito proibicionista.

Nova York mistura os lobos de wall street, ou seja, a galera do mercado financeiro, a grande massa consumidora, artistas mundialmente famosos, artistas super alternativos, hippies, intelectuais e viajantes de todo o mundo. Legalizar a maconha em um espaço como esse é desagradar muitos conservadores, mas escancarar uma nova realidade de um mundo que caminha para legalização e aceitação da maconha.

A legislação de Nova York permite fumar em alguns lugares em que o cigarro é consumido e isso inclui alguns espaços públicos ao ar livre, porém continua sendo proibido o uso dentro de restaurantes, bares, em áreas comerciais, parques e praias.

Alguns lugares legais para fumar maconha em Nova York são: Governor ‘s Island, East River Park, Central Park, Highline Park, Riverside Park, Coney Island e nas noites de jazz no Brooklyn !

O porte de cannabis permitido em Nova York é de até 85,5 g e 24g de concentrados como óleos. 40% dos impostos arrecadados com a cannabis são revertidos para políticas públicas focadas nas minorias mais afetadas pelas drogas.

Cannabis recreativa no Maine

Após alguns atrasos nos projetos para abrir os dispensários no Estado ao Norte de Nova York, em outubro de 2020, as vendas de maconha recreativa começaram no Maine.

Com uma paisagem natural surreal, como o Gulf Hagas, conhecido também como Grand Canyon do Leste e cidades tranquilas e perto do mar como Portland e Freeport, o Maine é a opção do leste para os maconheiros que querem fugir da multidão de Nova York. 

Os adultos maiores de 21 anos podem portar até 71,25 g de flor de maconha ou produtos mistos de maconha. Já para concentrados, a quantidade máxima é 5g. As leis do Maine delimitam o consumo da maconha apenas para uma residência particular ou uma propriedade privada.

Um adulto que violar essas leis comete uma infração civil e pode ser multado em até 100 dólares.

Viagem canábica na Flórida

Um dos Estados norte-americanos mais visitados por brasileiros é sem dúvida a Flórida. No entanto, para os maconheiros que sonham em visitar os parques da Disney e Universal chapados, a notícia não é tão boa assim. 

Na Flórida, a maconha é legalizada apenas para fins medicinais. Apesar disso, pequenas quantidades de cannabis são descriminalizadas, ou seja, em caso de problemas com a polícia, o usuário deve apenas pagar uma multa, mas não é punido com prisão.

Para comprar maconha na Flórida é necessário obter uma autorização para o uso de cannabis medicinal. Qualquer pessoa com mais de 21 anos, que tenha alguma enfermidade como câncer, diabetes, epilepsia, alzheimer entre outras, pode pedir autorização para fazer uso de medicamentos à base de cannabis e também da própria planta.

No caso de pessoas entre 18-21 anos, além da receita médica e da autorização para o uso da maconha medicinal, é necessário que um outro adulto com mais de 21 anos assista o paciente durante o tratamento com cannabis.

A Flórida não permite que visitantes com uma autorização para o uso de maconha medicinal de outro Estado comprem maconha na terra do Mickey. Isso quer dizer que mesmo sendo paciente medicinal no Brasil, ou até mesmo na Califórnia, não é possível comprar maconha legalmente na Flórida, mas claro que sempre existe um jeitinho.

Caso o viajante maconheiro opte por experimentar as flores medicinais da Flórida sem autorização, atento para as quantidades descriminalizadas! Apenas quantidades bem pequenas de maconha não são penalizadas com prisão da liberdade, as penalidades para portes de maconha acima de 20g são bem severas e isso inclui qualquer produto com THC, inclusive edibles.

Viagem cannábica isolada de tudo

Agora, se você quer uma viagem cannábica isolada de tudo e todos, saiba que os Estados Unidos também oferecem essa opção!

Como funciona a legalização da cannabis no Alaska?

O Alaska é o Estado menos povoado dos Estados Unidos. Ao Noroeste do Canadá, conhecido pela vida selvagem, montanhas e florestas, o Alaska legalizou a maconha para uso recreativo em 2015.

O modelo de mercado canábico que se desenvolveu no Alaska, conecta o uso de cannabis com atividades que geram bem estar para o corpo e a mente. Alguns exemplos são promover o uso de cannabis como forma de relaxar os músculos após treinos na academia, antes de uma aula de yoga, em um ritual de dança tântrica ou para fazer um shake proteico usando sementes de maconha.

No Estado, adultos maiores de 21 anos podem comprar e portar até 28,5 g de cannabis para uso pessoal. A lei do Alaska não permite o consumo público de cannabis, ou seja, não pode fumar maconha nos parques nacionais.

Uma exceção é o Good Titrations, um café em Fairbanks, com área externa e bar e, além de fumar, os clientes podem comprar até uma grama de flor ao dia. Outras cidades como Anchorage, Juneau e Sitka também têm dispensários abertos para adultos.

Viagem cannábica no Hawaii, o paraíso do pacífico

O Hawaii é um mundo à parte. Um arquipélago de 19 ilhas isoladas no Oceano Pacífico com as melhores ondas do mundo, vulcões, trilhas, vida marinha e agora cannabis recreativa legalizada.

O Hawaii foi o 22º Estado norte americano a legalizar a cannabis recreativa. Como a aprovação do senado é recente, ainda não está em vigor o modelo de dispensários para qualquer adulto acima de 21 anos. Atualmente é possível adquirir maconha apenas para fins medicinais. 

O uso medicinal de maconha é legalizado no Hawaii desde 2000. O ato 228 autoriza o paciente medicinal a cultivar a sua própria maconha. Em 2015 o Programa de Dispensários de Maconha Medicinal do Hawaii foi criado para os pacientes de cannabis medicinal se registrarem antes de comprar maconha medicinal.

A partir desse registro os pacientes recebem um cartão do Departamento de Saúde para comprar maconha medicinal de forma legal em dispensários aprovados pelo governo.

Em 2020 o Estado descriminaliza a posse de maconha para uso pessoal. Três anos depois, aguardamos o modelo de regulamentação para a cannabis recreativa ser implantado no Hawaii.

Agora que o roteiro já está definido, vamos para o visto!

Como conseguir o visto americano para sua viagem canábica?

Para conseguir o visto americano é necessário preencher alguns documentos online, comparecer no centro de atendimento ao visto para fornecer dados cadastrais e marcar uma entrevista presencial na embaixada americana. É aconselhável pedir o visto americano um ano antes da viagem programada.

Antes da entrevista separe todos os documentos que comprovem vínculos com o Brasil, ou seja, contrato de aluguel ou comprovante de residência, carteira de trabalho ou de estudante, comprovante de renda, etc. Durante a entrevista fale sempre a verdade (mas pode omitir se seu objetivo da viagem for apenas ficar chapado), responda o que te perguntarem sem desviar e tenha todos os documentos à mãos.

Antes da viagem, tenha todas as reservas de acomodação e um dinheiro na conta ou em moeda local para, caso necessário, apresentar na imigração. Também é necessário passagem de ida e volta.

Conclusão

Em 2023, o país que incentivou o proibicionismo e a criminalização da cannabis com propagandas e pressões políticas internacionais, legaliza alguma forma da maconha medicinal  e/ou recreativa em grande parte do seu território.

Os Estados Unidos já assinalou que a guerra às drogas falhou no seu propósito e consequência. Isso demonstra que apesar de pensamentos conservadores e interesses políticos econômicos, o mundo caminha para uma nova política de drogas, onde a tendência é que a maconha seja usada como medicina, psicoativo, alimento ou fibra para fins industriais. 

Atualmente, os 22 estados que regulam a maconha têm pequenas diferenças na legislação sobre quantidade e espaços de uso da cannabis recreativa. Entretanto, todos continuam proibindo dirigir sob efeito de maconha e carregar em um container aberto dentro do carro.

Outra proibição unânime é atravessar com a maconha para outro Estado ou voar para dentro ou fora do país com qualquer produto feito à base de cannabis. 

Por isso, evite levar maconha com você na bagagem para qualquer lugar. Não faltam lugares incríveis para curtir chapado, se divertir e matar a larica