Existem diversas histórias que contam a origem do 420 como número representativo da cannabis, algumas dessas histórias viraram grandes lendas urbanas.

É por esse horário estar tão intrinsecamente relacionado a planta que a data 20 de abril virou um símbolo (do inglês 4/20, o mês vem primeiro que o dia), inclusive, é quando acontecem manifestações em diversos países do mundo para legalizar a planta. E de todas essas histórias a que parece ter mais evidências e lógica do motivo dessa escolha remonta à cidade de San Rafael, na Califórnia (EUA), em 1971.

Nessa versão, o código que surgiu em 1971, na cidade norte-americana de San Rafael, na Califórnia, foi criado por um grupo de estudantes que se encontravam em um muro do lado de fora da escola para conversar e fumar maconha às 4h20 da tarde.

Baseado nesse hábito, eles ganharam o apelido de “Waldos” (“muro”, em inglês, é “wall”). Ainda no mesmo ano, em 1971, eles encontraram um mapa à mão que levaria a uma plantação de maconha em Point Reyes, próximo a São Francisco.

Para sair em busca do tesouro sem que ninguém soubesse, usavam a mensagem cifrada “4:20 Louis”. Era o sinal para se encontrarem às 16h20 em frente à estátua do químico francês Louis Pasteur.

Embora nunca tenham achado as plantas, 4:20 tornou-se o horário de encontro, e o número 4:20 virou e uma espécie de código para discutir maconha na frente de seus pais sem que os mesmos percebessem.

Deadheads

A partir da história dos “Waldos” a gíria 4:20 começou a ganhar força. Logo a gíria começou a se espalhar entre os amigos, os agregados, os conhecidos, e entre eles os integrantes de uma banda de rock californiana, os Grateful Dead. Rapidamente, o 4:20 passou a fazer parte do vocabulário dos “deadheads”, como eram chamados os fãs do Grateful Dead.

Em 1990, o termo e a explicação foram impressos em um folheto da banda. Foi assim que o código foi descoberto por Steve Bloom, editor da revista High Times, uma das primeiras publicações sobre a maconha nos Estados Unidos.

High Times Magazine e o 420

A partir de 1991, a revista High Times passou a usar o número cada vez com mais frequência em seus artigos, até se tornar uma linguagem comum na boca dos maconheiros de todo o mundo. A equipe da High Times entrou na onda e passou a fazer suas reuniões de pauta às 4h20 da tarde.

Hoje, 420 é conhecido internacionalmente para indicar que qualquer coisa relacionada a maconha. O número se tornou um emblema da cannabis mesmo nos círculos legislativos, com senadores dos EUA nomeando 420 para várias propostas oficiais de legalização.

O hype no mundo 420

Segundo Bloom, editor da High Times, o termo virou uma um código semiprivado, que os usuários de maconha vão encontrar por todos os lados. O número aparece até no filme Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, no relógio de um dos personagens.

Primeiro estado americano a legalizar a maconha, o Colorado também se viu fazendo referência ao número. Recentemente, uma placa que indicava a extensão de 420 milhas da rodovia interestadual 70 foi furtada. As autoridades resolveram se antecipar ao problema e mudaram a nova placa, que agora indica que a rodovia tem 419,99 milhas.

420 para sempre

Enquanto muitos ainda se perguntam se essa história é verdade entre tantos contos sobre as origens do 420, os ‘Waldos’ continuam mantendo provas de que usaram a palavra na década de 1970, existia até uma bandeira tingida da época e cartas carimbadas entre o grupo preenchidas com referências sobre o 420.

Dois dos cinco originais ainda preferem permanecer anônimos, mas concordaram em um dia fazer um documentário ou talvez eles apenas continuem a desfrutar de uma glória mais suave. Seja como for, o 420 está marcado na história da cannabis.