Com as pessoas cada vez dando mais atenção à qualidade de vida dos seus pets, os tratamentos com Cannabis medicinal para os nossos bichinhos se tornam cada vez mais acessíveis e comuns, aprenda tudo sobre o assunto agora!

Usada pela humanidade por milhares de anos, a popularidade da Cannabis medicinal cresce exponencialmente na atualidade, tornando-se a nova commodity do mercado farmacêutico em países que acompanham a ciência. Alavancada pela descoberta do Sistema Endocanabinóide na década de 60, que elucida como os compostos da maconha atuam no organismo, a maconha vem sendo alvo de diversos estudos que demonstram sua eficácia no tratamento de diversas condições dos mais variados tipos.

Pesquisas promissoras e relatos científicos inspirados nos estudos em medicina humana já nos mostram efeitos benéficos no tratamento de glaucoma, processos inflamatórios, epilepsia, dores crônicas, distúrbios dermatológicos, pacientes oncológicos e osteoartrites em cães e gatos. Os tratamentos, que demonstram efeitos colaterais pequenos ou quase nulos, despertam o interesse na terapia canábica por parte dos tutores de pets que cada dia estão mais preocupado com qualidade de vida dos seus bichinhos.

O uso da Cannabis medicinal não está limitado apenas aos animais de companhia, também pode ser empregado em animais de produção. Um estudo relevou que frangos de corte alimentados com sementes de cânhamo apresentaram melhor desenvolvimento de carcaça, bovinos alimentados com torta de semente de cânhamo obtiveram maior ganho de peso e em equinos sua aplicação vem sendo explorada no controle de dor, como alodinia mecânica

As formas de utilização da maconha medicinal na Veterinária ou na produção pastoril são variadas, indo de pomadas, colírios e extratos em óleo para via oral (mais comum) ao uso das sementes em forma de ração.

Fonte: MadeByHemp

O que as pesquisas nos dizem hoje? A cannabis pode ser útil para tratar meu pet? 

Os animais de companhia possuem muitas enfermidades semelhantes aos seres humanos que podem ser tratadas com a cannabis. Assim como os humanos, os animais também possuem um sistema endocanabinóide, um sistema endógeno que possui receptores celulares específicos para as moléculas encontradas na Cannabis.

Fonte: NewPetClub

O canabidiol (CBD) é uma molécula derivada da planta de Cannabis que não apresenta efeitos psicoativos e atualmente é a substância de maior relevância no âmbito da Cannabis medicinal no mundo.

Analgésico

O CBD possui propriedades ansiolíticas, antipsicóticas, neuroprotetoras e anticonvulsivantes e já é amplamente utilizado como alternativa aos opioides, que são os analgésicos mais comumente utilizados na rotina veterinária. O CBD possui maior potência analgésica e não apresenta os efeitos colaterais advindos dos tratamentos com opioides, como náuseas, sedação e dependência química.

Epilepsia Refratária

A epilepsia é a patologia que apresenta os melhores resultados com a fitoterapia canábica na prática veterinária, demonstrando um efeito benéfico em mais de 50% dos casos e com pouquíssimos efeitos colaterais, o mais comum deles sendo a sonolência.

Distúrbios de ansiedade

A intimidade dos pets com seus tutores levando a “humanização” desses animais pode desencadear distúrbios ansiogênicos: sim, seu pet pode sofrer de ansiedade e depressão. Os estudos utilizando CBD no tratamento de distúrbios de ansiedade mostram que além de promover efeitos ansiolíticos e antipsicóticos em animais e humanos, o CBD não produz efeitos colaterais significativos ou dependência química. Além disso, o CBD, diferente do THC, não possui propriedades psicoativas e produz efeitos semelhantes à medicamentos como diazepam e haloperidol.

Fonte: Herb

Diante deste cenário, se torna emergente a necessidade de novas abordagens terapêuticas menos agressivas cada dia mais exigidas pelos tutores. No Brasil, já existem associações que produzem e comercializam produtos à base de Cannabis de forma legal para pets, necessitando de uma receita veterinária. Para importação, como não há uma regulação específica, a autorização da dispensação de produtos à base de Cannabis deve obedecer às normativas existentes para uso humano.

O problema é que são poucos os médicos veterinários no Brasil que são capacitados para um acompanhamento fitoterápico com a Cannabis, não sendo suficiente para suprir a demanda. Sob passos lentos essa realidade está se modificando: um exemplo é a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que já aderiu a disciplina de Endocanabinologia na grade curricular de medicina veterinária.

Os médicos veterinários ainda vivem sob as entrelinhas da lei

Legalmente, qualquer veterinário pode prescrever Cannabis, contudo, é necessário um estudo aprofundado sobre essa complexa terapia que poucos se arriscam a enfrentar. Por lei, qualquer médico veterinário pode realizar cirurgias, entretanto, todos aqueles que buscam atuar nessa área se especializam para realizá-la, o que não é diferente com a fitoterapia canábica. Com a explosão de artigos publicados em 2020 nesse nicho de pesquisa, cresceu o interesse de médicos veterinários e pesquisas acadêmicas pela maconha medicinal.

Fonte: NetVetNews

Embora a demanda tenha aumentado consideravelmente não existe uma diretriz que regulamente esse tipo de medicação no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e no CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária). Com isso, não existe uma lei que proíba ou que regularize esta indicação veterinária. O código de ética profissional do médico veterinário apresenta trechos que podem servir de respaldo nestes casos, por exemplo: 

Art. 6º dos deveres do MV: 

I – Aprimorar continuadamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em beneficio dos animais, do homem e do meio-ambiente; 

Art. 7º dos direitos do MV: 

IV – Prescrever tratamento que considere mais indicado, bem como utilizar os recursos humanos e materiais que julgar necessário ao desempenho de suas atividades;

Fonte: NCSL

É nesse limbo da lei que o profissional veterinário procede. Atualmente tramita na Câmara dos Deputados o PL 369/21 que permite o uso veterinário de produtos industrializados derivados da Cannabis, desde que sejam previamente autorizados pela Anvisa. O projeto, que exige uma regulamentação amparando devidamente o profissional veterinário, tem o apoio do CFMV.

Com avanços da ciência nasce um novo ciclo de utilização da Cannabis como medicamento, muito mais específico e consistente que no passado. As terapias e remédios desenvolvidos à partir da maconha buscam trazer alternativas de tratamentos eficazes e menos nocivos que os convencionais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes veterinários. Além disso, o uso da Cannabis medicinal na veterinária abre um novo campo de atuação para o profissional da área, gerando novas oportunidades profissionais e financeiras, além de trazer qualidade de vida para os nossos amados pets.

O que achou do texto? Você já utilizou ou pensou em utilizar Cannabis medicinal para melhorar a vida dos seus pets? Deixe seu comentário abaixo!

Por Luana Muniz – Medicina Veterinária – Medicina Canabinóide Veterinária

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