O cultivo da Cannabis envolve dois principais tipos: o indoor e o outdoor. Ou seja, é possível cuidar e garantir o desenvolvimento de suas plantas em áreas internas ou externas.

O processo de escolha pelo modelo de cultivo deve levar em conta questões como as características do espaço, o tamanho da plantação e o investimento desejado. 

Como saber quando utilizar cada tipo de cultivo? Qual o investimento necessário em cada um? Quais os riscos de cada um? Para solucionar algumas das dúvidas mais comuns sobre as diferenças entre o cultivo indoor e o outdoor, o Mapa preparou este artigo!

Lembre-se, antes de escolher o tipo de cultivo, também é importante entender o ciclo da maconha, a qualidade das sementes escolhidas, o melhor substrato para o plantio e diversas outras informações sobre o cultivo de Cannabis em geral. Essas informações são essenciais para garantir uma boa colheita e saúde das suas plantinhas.

Principais diferenças entre os cultivos indoor e outdoor

A escolha pelo cultivo indoor ou cultivo outdoor depende do espaço que a pessoa tem para montar o seu grow, denominação dada aos locais reservados ao plantio. Vale reforçar que a diferença entre os cultivos vai além do fato do primeiro termo ser referente ao ambiente fechado e o segundo ao ar livre.

O ato de entender as diferenças de cultivo ajuda a entender qual investimento material será necessário, cuidados e rotinas. Além disso, o conhecimento torna possível saber quais são as vantagens e as desvantagens de cada tipo de prática, considerando os objetivos pensados e o produto final que será obtido.

Diante de tantas ponderações, cabe destacar algumas das principais diferenças entre o cultivo indoor e o outdoor. São elas:

  • Espaço: No cultivo indoor, o espaço físico pode ser um fator limitante. Cultivar suas plantas em um espaço fechado como um armário ou estufa limitará o número de pés e quantidade colhida. Já no modelo outdoor, o espaço físico deixa de ser uma barreira ao cultivo. Porém, a escolha do ponto onde as plantas serão colocadas vai depender de características técnicas como a posição da luz natural. Neste caso, o ideal é optar por locais onde há luz do sol por mais horas do dia.
  • Clima: A influência do clima é um fator preocupante em ambientes abertos mas não tanto em ambientes fechados, devido ao fato de ser possível otimizar condições como a temperatura e umidade em cultivos indoor. No caso do cultivo ao ar livre, o clima é uma variável essencial e pede maior atenção. No cultivo outdoor, é importante levar em conta questões como a melhor época do ano para o plantio, ações de prevenção contra chuvas fortes ou geadas, proteção contra insetos indesejados, etc.
  • Vasos: No caso do modelo de cultivo indoor, é possível usar vasos de barros para o plantio. Porém, o vaso feito de feltro permite uma maior segurança para o desenvolvimento da planta, pois facilita a aeração das raízes. Para o cultivo outdoor, os dois tipos de vasos também são boas opções. Mas é preciso ficar atento para o uso de materiais como o plástico, que apesar de funcionar para ambientes fechados, pode aquecer muito ou ressecar em áreas abertas, danificando a planta.
  • Ambiente: O cultivo indoor possibilita o maior controle de variantes que estejam presentes no ambiente, como a umidade, calor e ventilação, devido ao fato do ambiente interno ser uma área controlada e protegida. No cultivo outdoor, existe um menor poder de controle sobre o ambiente, pois fatores como a mudança de tempo podem gerar surpresas. Porém, vale pontuar que a escolha pelo período certo de plantio, bem como os materiais e os pontos escolhidos, reduzem bastante o risco de problemas com o cultivo.
  • Tempo: Essa é a maior diferença entre os modelos de cultivo destacados. No caso do indoor, o tempo de duração do plantio e a colheita pode acontecer em até 3 meses. Num plantio outdoor, o tempo entre o plantio e a colheita fica em 6 meses, no mínimo.
  • Pragas: Ambos os modelos de cultivo estão suscetíveis ao ataque de pragas durante seu ciclo, porém os cultivos outdoor requerem uma atenção redobrada ao tratar deste assunto. A prevenção contra os problemas começa pela escolha de um lugar mais seco, pois pragas e fungos encontram maior facilidade em se reproduzirem em ambientes com umidade elevada. Mesmo em um cultivo indoor, a escolha de um local como um porão muito úmido pode virar um prato cheio para fungos atacarem suas plantas!
  • Iluminação: Em um cultivo indoor, a iluminação é feita por lâmpadas LED, fluorescentes ou HID. No outdoor, a luz do sol é tudo que as plantas vão precisar, sendo necessário apenas atenção para os períodos climáticos e as variações do tempo que podem afetar suas plantas.
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Foto: Dinafem Seeds

Vantagens e desvantagens do cultivo indoor x outdoor

Considerando as diferenças entre os tipos de cultivo indoor e outdoor, vale pontuar algumas vantagens e desvantagens das duas técnicas. Confira a seguir:

O plantio indoor proporciona maior controle do clima. Por estar em um espaço interno, a temperatura e umidade podem ser pensadas de acordo com a necessidade das plantas. Além disso, a quantidade de horas de exposição e intensidade da luz também podem ser controladas. No entanto, é preciso se atentar ao consumo de luz artificial que pode gerar custos mais altos.

O cultivo indoor não fica limitado às estações do ano devido ao maior controle do clima.

O plantio indoor proporciona maior segurança e pode chamar menos atenção de curiosos a depender do espaço escolhido. 

No cultivo outdoor, o sol é um grande aliado no desenvolvimento das plantas de maconha. As horas de sol são essenciais para garantir o crescimento do plantio. Os raios UVA auxiliam no aumento da produção de resina e terpenos

Assim como o cultivo indoor, não é necessário grandes espaços para o plantio outdoor. Ambientes como varandas, terraços e jardins podem ser utilizados.

Apesar dos benefícios naturais de um espaço externo, a dependência ao clima é muito maior do que no cultivo indoor, o que impossibilita o total controle da produção. As plantas também estarão expostas a circunstâncias menos favoráveis, como dias frios e nublados.
A depender do local das plantas, o risco de roubo e denúncias pode ser um problema, tendo em vista que o cultivo de maconha é proibido no Brasil. No entanto, cabe ressaltar que a permissão para o autocultivo, por motivos medicinais, pode ser solicitada judicialmente.

Cultivo indoor: Quais são os investimentos?

O investimento é um fator de grande importância no momento de escolha do cultivo que será feito. No caso do indoor, é preciso ter equipamentos como: lâmpadas, refletores, uma estrutura para plantio (estufa, armário, quarto), ventilação e várias outras pequenas coisas que podem somar no orçamento final.

Muitos optam pela compra de uma estufa, onde vão as plantas, lâmpadas e exaustores. Existem estufas prontas que são vendidas em lojas online. Nesse caso, os valores variam entre R$ 300 até mais de R$ 1.000, segundo pesquisa feita em sites especializados. O investimento financeiro vai depender de variantes como a qualidade da estufa, o tamanho e a ventilação. 

Caso o cultivo seja feito sem estufa, é importante garantir que o espaço escolhido possa garantir boa iluminação para todo o cultivo, bem como uma ventilação eficiente. Vale reforçar que o cultivo indoor pode ser simples e barato até para iniciantes, desde que se busque técnicas e informações de qualidade. Confira o nosso guia para aprender a fazer seu growroom.

Como montar seu cultivo
Foto: Grow That Weed

Entre os principais itens para o cultivo indoor, estão as lâmpadas, os refletores, os reatores e os temporizadores. As lâmpadas são responsáveis por similar a luz solar dentro do grow, sendo essenciais para a montagem e funcionamento do mesmo. 

Os tipos de lâmpadas dependem  da quantidade de plantas que serão iluminadas. No entanto, é possível destacar que modelos como a HQI de vapor metálico, utilizada no período vegetativo, e a HPS de vapor de sódio, no período de floração, são comuns na montagem dessas estruturas. Os preços dessas lâmpadas variam de R$ 40 a R$ 300, em média, considerando características como o tamanho e a potência.

Com relação aos refletores, eles são utilizados para propagar a luz dentro do grow. O resultado é a iluminação das plantas de forma homogênea, evitando também a incidência de luz direta que possa causar algum dano para as mesmas. Os refletores podem ser encontrados com preços acessíveis no mercado, a exemplo de modelos que ficam entre R$ 17 a R$ 25, e têm longa vida útil no cultivo.

Além das lâmpadas e dos refletores, existe a possibilidade de uso de um reator para o acionamento das lâmpadas e um temporizador para controlar o período de iluminação. Isso torna possível automatizar o processo de ligar e desligar as lâmpadas, garantindo que os ciclos de luz sempre estarão certos, evitando a famosa sequela na hora de acender ou apagar as lâmpadas.  Em sites populares de venda, o preço médio de cada um desses itens varia de R$ 30 a R$ 150.

Por fim, os exaustores também podem ser usados em um cultivo indoor. Esses equipamentos permitem a renovação do ar interno da estufa, possibilitando o fluxo de CO2 essencial para as plantas.

O exaustor custa de R$ 150 a R$ 500, em média, considerando as necessidades técnicas e o tamanho do cultivo. Para aqueles que se preocupam com os fortes odores na época de floração, um filtro de carvão ativado pode ser colocado nos exaustores da estufa freando quase que todo o cheiro emanado pelas plantas no período de flora. Para cultivos mais simples, um ventilador na estufa, quarto, armário ou onde quer que esteja sendo feito o cultivo já pode ser o bastante para fortalecer suas plantas.

Cultivo outdoor: Quais são os investimentos?

Num cultivo outdoor, os únicos investimentos que têm de ser feitos são relacionados à nutrição da sua planta, como fertilizantes e vasos (quando necessário).

O primeiro passo é escolher um  ambiente ao ar livre que seja bem iluminado pelo sol. Em países como o Brasil, onde o cultivo da maconha é proibido, é importante destacar que a estratégia outdoor é mais arriscada e precisa ficar em local discreto e protegido. Além disso, existe uma maior propensão ao surgimento de pragas.

Planta da Maconha
Foto: CannabisNow

Custos comuns à ambos os tipos de cultivo

Antes de mais nada, você precisará das plantas para começar o seu cultivo! O ideal é começar investindo em sementes de prensado. No Brasil, uma das variedades mais encontradas é a Colombian Gold, que tem cor amarelada e elevado teor de THC. Em sites internacionais de venda, o preço médio por três sementes da Colombian fica em R$ 23. No entanto, também é possível pegar uma semente de um prensado que você gostou da qualidade e mandar ver no seu cultivo sem gastar quase nada.

Acesse nosso guia e saiba como escolher as melhores sementes e como germiná-las com facilidade!

Acesse também o nosso guia para preparar o melhor solo de Cannabis possível para o seu cultivo, sem muitos gastos!

Caso a área não tenha solo suficiente para a plantação, ou o solo ser de qualidade muito ruim, é necessário colocar as plantas em vasos, ainda que ao ar livre. Os vasos de 5 galões são recomendados para para pequenas e médias mudas do cultivo outdoor. Para as maiores, os vasos de 10 galões são os mais indicados. Os preços dos vasos variam de R$ 4 a R$ 30, em média, considerando aspectos como o tamanho e o modelo desejado.

É importante ficar atento para questões como regar as plantas e o controle de pragas. Manter as plantas saudáveis é a melhor estratégia contra a disseminação de pragas e consequentes gastos financeiros.

Por fim, vale reforçar que o cultivo outdoor não é tão comum no Brasil, diante da proibição de plantio da cannabis e risco de prisão por tal prática. Na situação de uso medicinal, o cultivo legal é feito mediante a autorização judicial, com importações necessárias executadas com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

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